HISTÓRIA DO INSTITUTO

Ao longo de sua estrada com mais de 23 anos, desde que iniciou no artesanato de instrumentos musicais de percussão, Poeira traçou uma parte de seu caminho como autodidata, e posteriormente em 2003 encontrou com seu principal mentor: Rômulo Nardes onde iniciou seu processo de aprendizado no Atelier Ilú- Mina.

O estilo de Poeira, refinado e preciso, destaca-se a ponto de fundar, em 2008, seu próprio ateliê, o Instituto Tambor, atualmente localizado na Vila Sonia, zona oeste de São Paulo. Seus instrumentos são popularmente reconhecidos como “tambor do Poeira”, todavia, ele faz sempre questão de colocar a bandeira do Instituto Tambor a frente, pois contextualiza toda sua produção em prol de um movimento cultural e de desenvolvimento humano, prioritários e acima dos lucros financeiros.

SOBRE LUIZ POEIRA

Paulistano, artesão e amante e praticante fervoroso da capoeira Angola, Poeira passa a maior parte de seu dia dentro do ateliê Instituto Tambor para dar conta de sua lista de encomendas e projetos.

Paciente, atende músicos, amadores, profissionais e leigos, com paciência e foco nas necessidades dos que buscam soluções para suas performances, pesquisa e/ou lazer. Quando o sol se põe e não há mais iluminação suficiente para implementar seus entalhes, pinturas e amarras, Poeira está em alguma roda, seja treinando, lecionando ou simplesmente, jogando, caPoeira.

“Depois de escalar uma montanha muito alta, descobrimos que há muitas outras montanhas por escalar.”  NELSON MANDELA

Instrumentos Artesanais

Os instrumentos são feitos de maneira artesanal, com seleção individual de matéria prima e fornecedores, assim providenciando a atenção e respeito necessários na sua produção. Trabalha-se peça por peça, cada uma com sua personalidade, ou seja, trabalhamos ao lado do tempo onde a cada minuto é posto a mão de obra, atenção e cuidado no seu futuro instrumento.

Instrumentos personalizados

Além da linha tradicional, temos a customização Clássica, e ainda oferecemos a linha Livre, nesta última você tem a possibilidade de customizar cada instrumento a partir de referências, ou fazendo um projeto do zero junto com o Poeira.

Podemos mudar, pele, cor do tambor, trazer novos desenhos (entalhes) , dentre outras possibilidades de acordo com o instrumento e desejo do cliente.
Um instrumento único com um processo personalizado.

Formação de artesãos e incentivo aos aprendizes

Jovens artesãos começaram ou deram sentido ao seu trabalho com o apoio do Instituto Tambor. Atualmente a equipe do Instituto já tem a construção e missão da empresa cativados em si, visto que os objetivos estão sempre alinhados.

Muitos dos artesãos que passaram pelo Instituto ajudaram a construir uma parte da história e não se desvincularam, tornando-se nossos parceiros em esferas mais que organizacionais.

Neste espaço, o Instituto Tambor deixa registrado a homenagem a Gabriel Alves Corrêa, mais conhecido como Delê, um aprendiz que deixou este plano precocemente aos 42 anos. Delê era um assistente dedicado e que nos últimos anos encontrou os caminhos do aperfeiçoamento na arte dos tambores. Delê faz falta e deixa saudade.

A arte de Luiz Poeira e o Instituto Tambor

POR TOBIAS FERRAZ

Com todos os aparelhos de alta tecnologia existentes no momento, com um mundo cheio de possibilidades de comunicação à distância disponíveis para boa parte dos cidadãos do planeta, alguma coisa ainda se mantém intacta no campo das artes há séculos, como por exemplo, a inspiração, o sonho e a oralidade na transmissão do conhecimento.

Foi assim com aprendizes e mestres na Era Medieval e assim continua no nosso Brasil, mesmo plugado e conectado à internet. Na origem de tudo, os primeiros passos foram solitários, muita curiosidade nos caminhos de um autodidata. O primeiro Mestre surgiu na figura do artesão Rômulo Nardes, primeira grande referência. Mestre de Ofício que identificou o potencial do jovem aprendiz e apontou o caminho da arte como forma de integração e integridade para um jovem da periferia da Grande São Paulo.

A história de Luiz Poeira e do Instituto Tambor são histórias de utopia, de muito estudo, aprendizado, dedicação e trabalho. Assim como sugere a frase de Nelson Mandela na abertura deste texto. Luiz Poeira se descobriu artista na juventude, acreditou que poderia escalar as montanhas do aprendizado e continua trilhando as cordilheiras do aperfeiçoamento. Cordilheira é uma cadeia de montanhas que parece interminável, assim como a arte em busca da perfeição, e mais ainda na arte da fabricação de tambores.

Luiz Poeira não faz instrumentos, cria objetos de arte que ganham vida, fala e espírito nas mãos dos percussionistas das mais diversas nações e estilos.